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SEGUNDA-FEIRA, 24 DE JULHO DE 2017 - Horário 19:08

Mães se reúnem para cobrar obrigatoriedade de rótulos “sinceros”
Alergia / Atividades aparentemente inofensivas como tomar a hóstia na Igreja ou usar um hidratante corporal podem fazer muita gente ir parar no hospital. Isso porque contém glúten, uma substância que, para os intolerantes, pode causar uma verdadeira indisposição no organismo. Diferentemente do que muitos pensam, a substância não está presente apenas nos alimentos, mas em muitos utensílios de uso doméstico que possuem, em sua composição, trigo, centeio, cevada e malte.

A doença Celíaca ou intolerância ao glúten é autoimune e atinge principalmente o intestino delgado. Quando o indivíduo celíaco ingere glúten, o organismo reage contra si mesmo causando danos nas paredes que revestem o intestino delgado, prejudicando a absorção dos nutrientes que não chegam onde deveriam chegar e desencadeando uma série de reações. A doença celíaca geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, mas muitos descobrem somente na vida adulta. O tratamento depende de uma dieta de privações, e quem tem a doença não pode comer pães, bolos, bolachas, macarrão, pizzas, nem tomar cervejas, whisky, vodka, por exemplo.

Um estudo conduzido em 2009 pela Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo mostrou que 39,5% das reações alérgicas a leite de vaca estavam relacionadas a erros na leitura de rótulos.

Motivadas pelas dificuldades encontradas no dia a dia para comprar produtos seguros para os filhos, um grupo de mães resolveu se reunir para lutar pela obrigatoriedade da indústria alimentícia de rotular os produtos com alertas para substâncias que possam vir a causar alergia.

Responsabilidade que recai sobre as famílias sobre a leitura atenta de cada rótulo com uma grande lista de ingredientes, muitas vezes, com letra pequena e termos desconhecidos, para descobrir se aquele alimento pode fazer mal.

A campanha "Põe no Rótulo" propõe a criação de uma legislação específica sobre o tema ou o estabelecimento de uma norma pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que obrigue a indústria alimentícia a fazer a correta rotulagem de alérgenos.

As mães defendem que a informação sobre a presença dos principais alimentos alérgenos ou traços desses alimentos – leite , soja, ovo, trigo, amendoim, oleaginosas, frutos secos e peixes – esteja clara e em destaque nos rótulos, a exemplo do que já ocorre com o glúten, substância que não pode ser ingerida por quem tem a doença celíaca. A Lei 10.674/2003 tornou obrigatória as inscrições "contém glúten" ou "não contém glúten" nas embalagens dos alimentos industrializados.

A Anvisa informa que há, no âmbito do Mercosul, uma discussão sobre a obrigatoriedade de se prestar informações sobre alergênicos nos rótulos. A aprovação da proposta, entretanto, depende de consenso entre os países-membros. O tema vai para o quarto ano de discussão, segundo a agência. Nos Estados Unidos, as indústrias são obrigadas a prestar esse tipo de informação desde 2006, na União Europeia, Austrália e Nova Zelândia, desde 2003, e no Canadá, desde 2011.

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