SEXTA-FEIRA, 22 DE SETEMBRO DE 2017 - Horário 12:36
Mackenzie tem programa de assistência e orientação aos universitários
Arte e Entretenimento / A transição dos jovens que saem da adolescência, direto do ensino médio, para o mundo adulto da universidade nem sempre ocorre de maneira natural. Hoje, grande número de estudantes se deparam com dezenas de dúvidas dos mais diversos tipos ao ingressarem em um curso superior. Para todos eles, a faculdade é um mundo totalmente novo e nem sempre é possível lidar sozinho com essa fase de profunda transição.
Apoiar os alunos que necessitam de suporte psicopedagógico foi um dos motivos que levaram a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) a criar o Programa de Atenção e Orientação a Discentes – Proato, há cerca de dois anos. Seu objetivo é atender às demandas de aprimoramento do processo didático-pedagógico da Universidade, destinando-se a estudantes cuja dificuldade de adaptação à vida acadêmica é percebida, observada e acolhida.
Na prática, a proposta completa do Proato começou a ser desenvolvida a partir deste ano. Segundo o reitor da UPM, Benedito Guimarães Aguiar Neto, foi criado um sistema integrado com a ideia de proporcionar aos estudantes atenção mais abrangente, um atendimento especial. "A nossa responsabilidade no processo de ensino e aprendizagem transcende meramente uma preocupação com os aspectos técnicos e científicos ministrados. Entendemos que o bom aproveitamento acadêmico do estudante deve levar em consideração dificuldades individuais, de natureza relacionais ou existenciais, causando desestímulo, comprometendo o desempenho acadêmico e gerando evasão. Da mesma forma, limitações cognitivas do aluno comprometem igualmente o seu desempenho se não forem consideradas metodologias direcionadas às suas necessidades específicas", declara Aguiar Neto.
O Proato conta com uma equipe coordenada por professores dos cursos de Psicologia, Fisioterapia e Pedagogia. "O programa começou em agosto de 2015 e vem amadurecendo desde então. O Proato tem duas entradas que convergem: uma delas é via solicitação de trancamento e cancelamento e a outra é via coordenador, professor, aluno, responsável", explica o coordenador do programa Rinaldo Molina.
A iniciativa conta ainda com apoio técnico-administrativo e, no âmbito da confessionalidade, as orientações de um capelão, indicado pela Chancelaria da universidade e nomeado pela reitoria. "Considerando a complexidade e os problemas inerentes ao ser humano, com seus desdobramentos e reflexos no processo de ensino-aprendizagem, a abordagem e orientação ao aluno não pode ser feita por um único profissional ou uma área do conhecimento de maneira isolada. A equipe de atendimento precisa ter como requisito obrigatório a constituição multidisciplinar, sendo composta por profissionais que atuam em diferentes áreas do conhecimento", explica o reverendo Gildásio Reis, capelão do Proato.
Resultados
Do início das atividades até hoje, o Proato atendeu 43 alunos. Apenas em 2017, já foram recepcionados 220 estudantes. "Recebemos casos de todos os tipos. Vários dos alunos sofreram muito na vida escolar em decorrência da falta de compreensão de suas necessidades educacionais e, portanto, não conseguem reagir. Quando você mostra que está ao lado dele, tentando ajudá-lo, este jovem começa a encontrar um poder de reação. É recompensador quando conseguimos mostrar que há luz no fim do túnel, que o aluno não está sozinho", comenta Molina.
Os graduandos de meio de curso demandam orientação e apoio em situações que interfiram na sua vida acadêmica, uma vez que neste período podem surgir insatisfações quanto ao curso ou carreira escolhida. Por sua vez, os alunos em conclusão necessitam de orientação para o planejamento, construção e desenvolvimento de carreira – uma fase de transição também marcada pela insegurança. E, ainda, aos estudantes que apresentem deficiências; transtornos mentais; mobilidade reduzida; transtorno específico de aprendizagem, de atenção e hiperatividade (TDAH); alta habilidade/superdotação; e outros problemas psicopedagógicos e pessoais.
