RELEASES EMPRESARIAIS

QUARTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2018 - Horário 10:32

Com a crise político-econômica do Brasil, cresce a demanda por cursos na área do compliance, destaca o advogado Fagali
Negócio / Os escândalos de corrupções, como é o caso do Mensalão e Lava-Jato geraram crise, fecharam algumas portas, mas abriram outras. É o caso, por exemplo, do compliance – aquele conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares em uma empresa, explica o advogado Bruno Fagali, que também é membro da Fagali Advocacia. As companhias sentiram a necessidade de desenvolver equipes mais capacitadas nessa área, estimulando a procura e a oferta de cursos do gênero no Brasil.

A superintendente do Instituto Brasileiro Governança Corporativa (IBGC), Adriane de Almeida, reforça - a crise político-econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos anos é um dos motivos principais que justifica o aumento da procura por aprimoramento na área do compliance. "Esse é o momento em que as companhias precisam se destacar e sobreviver, é natural que haja mais atenção aos riscos e busca por adequação. O compliance entra no radar, até mesmo porque tem impacto sobre o caixa da empresa em um momento delicado para todos", afirma Almeida.

Segundo dados do IBGC, por exemplo, o órgão, até o final de 2017, realizará 12 cursos com 344 participantes. É uma boa evolução comparado ao quadro do ano passado – quando eram apenas três turmas com 89 integrantes, ressalta Fagali.

Adriane de Almeida acredita que assim que as empresas percebem que investir em compliance não é um desperdício de dinheiro, muito pelo contrário, entendem que este é um investimento importante - esse setor educacional é impulsionado. Contudo, ela destaca que para fortalecer a área de governança de uma companhia é necessário mais do que boa formação - é preciso garantir que as boas práticas estão, de fato, sendo aplicadas.

Fagali reporta que outro que está reforçando a área do compliance é o Insper – instituição de ensino superior que atua nas áreas de negócios, economia e direito. O Instituto adicionou matérias relacionados ao assunto em toda a sua grade de cursos de pós-graduação voltados para negócios - como Finanças e Direito. "Nos últimos cinco anos as empresas notaram que desenvolver a área de compliance é estratégico e estão dando prioridade a isso", diz o coordenador André Camargo. Camargo, entretanto, acrescenta que, além da demanda por cursos, os profissionais também já buscam aprimoramento por conta própria, observa Bruno Fagali.

"Chegamos a ter fila de espera, há pessoas das mais diversas áreas que desejam conhecer melhor o que é governança corporativa e veem um bom mercado nisso", enfatiza André Camargo.

Fagali, ainda, traz uma das conclusões do coordenador da pós-graduação em gestão de risco de fraudes e compliance da FIA Escola de Negócios, Fernando de Almeida – de que a procura por profissionalização na área do compliance seguirá crescendo no médio prazo. No entanto, "o crescimento depende da continuidade desse ambiente que exige um nível cada vez maior de compliance, com padrões éticos elevados. A área precisa evoluir junto, até porque já notamos a chegada de alunos cada vez melhor preparados e buscando por novidades. Ou seja, teremos de nos reinventar também", alerta Fernando de Almeida.


Website: http://www.fagali.com
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