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QUARTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2018 - Horário 16:54

Escola de jovens árbitros se espalha pelo Brasil
Esporte e Fitness / O mundo virtual abriga muitos sonhos. De todos os tamanhos e idades. A família Ribeiro guardava em sua casa, em Belo Horizonte, um belo exemplo de alguém que buscava o futuro ali na tela de um computador. Lucas tinha 13 anos e, como a maioria das crianças brasileiras, ama o futebol. Seu desejo sempre foi estar ali no campo, correndo atrás da bola e dos jogadores. Com o apito na boca.

O estranhamento dos pais não desviou o foco do menino que, de tanto procurar, encontrou nas redes sociais o caminho para realizar seu desejo. Ele achou a página da DBAF, uma instituição destinada a ensinar jovens dos 10 aos 17 anos a serem árbitros de futebol em Salvador.

Foi vendo aquelas histórias de meninos e meninas que conseguiram a inclusão social com a ajuda da DBAF, que ele decidiu fazer parte, mesmo que a distância, do grupo de 150 pessoas que estudam todo sábado de manhã, numa sala cedida pelo Colégio Parque, no bairro de Cabula. "Elas têm aulas teóricas e práticas sobre arbitragem, a aplicação das 17 regras, com lição de disciplina e cidadania", explica Rildo Góis, o criador da Divisão de Base de Árbitros de Futebol, uma instituição que vive da ajuda de alguns admiradores e colaboradores.

Por morar longe, Lucas entrou em contato com Rildo por mensagem de celular. O adolescente demonstrou tamanho desejo de apitar jogos de futebol que contagiou o ex-árbitro do quadro baiano. Na troca de conversas, o professor exigiu uma conversa por telefone com os pais para conhecê-los e pedir a permissão para ensinar o filho deles.

Sem oposição, Góis foi além. Decidiu fazer uma surpresa e partiu rumo a Belo Horizonte. Na bagagem um livro de regras, apito, bandeira e outros 17 itens. "Fui direto para a escola do menino. Foi inesperado para ele", se emociona ao contar Rildo Góis.

Um ano depois, Lucas Ribeiro recebe as orientações a distância. São recomendações que vão desde postura, sinalização, interpretação da regra de jogo, orientação sobre qual auxiliar procurar e de onde apitar. Ele já apita jogos na capital mineira por intermédio da DBAF.

Os quase mil e quinhentos quilômetros que separam Belo Horizonte de Salvador, impedem o menino de receber a alimentação que a DBAF oferece aos alunos baianos. Eles também se divertem nas piscinas em dias de lazer. "Nosso objetivo é a inclusão social. Já temos dez árbitros formados pela Federação Baiana, 15 jovens estão na faculdade", afirmou Rildo.

Em quase sete anos de existência, a DBAF já tem um árbitro no quadro da CBF. Luanderson Lima, de 22 anos, é a principal revelação baiana e tem atuado constantemente no estadual deste ano como auxiliar em jogos do Bahia e Vitória. É a ponta da pirâmide cujo alicerce Góis segura sozinho e espalha frutos.

Hoje, o exemplo de Lucas se disseminou do Ceará, passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná até chegar ao Rio Grande do Sul.

São apenas meninos realizando sonhos, mas que enchem de lágrimas os olhos de quem tem ama a profissão que até hoje exerce no futebol amador da Bahia: "É uma batalha para manter a DBAF funcionando. Mas eu sei que está valendo a pena", diz um orgulhoso Rildo Góis.

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