Bairro que concentra o maior número de hospitais gerais de todo o Rio de Janeiro – oito unidades, segundo o último Atlas da Saúde, do Sindicato dos Hospitais e Clínicas do Rio de Janeiro (Sindhrio) -, a Tijuca vai ganhar em julho um incremento de cerca de 10% no número de leitos de internação e na oferta de serviços de saúde. A localidade também é um exemplo para o movimento do setor: enquanto leitos são fechados em todo o país, conforme mostra o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, a Tijuca ganha novos serviços e instituições de saúde. O Grupo Badim, por exemplo, vai inaugurar um complexo hospitalar com 68 novos leitos, concebido para oferecer o que há de melhor e mais moderno em exames e procedimentos em uma estrutura baseada no conceito de hotelaria hospitalar de luxo. O novo prédio, anexo ao já existente, reunirá em quatro andares setores como Emergência, Centro Cirúrgico, Centro de Imagem e CTI com alta tecnologia.

“Teremos diversos serviços até então inéditos em nossa unidade, como procedimentos de Hemodinâmica e uma emergência exclusiva para o atendimento ao trauma”, ressalta o Diretor Executivo e idealizador do projeto de ampliação do hospital, Marcelo Dibo.

Com investimentos de cerca de R$ 60 milhões, sendo R$ 25 milhões somente na aquisição de equipamentos, o novo prédio vai reunir tecnologia de ponta aliada à excelência no cuidado em mais de 7.600 m2 de área construída. Um andar inteiro será dedicado à Emergência, que terá quatro leitos exclusivos para receber pacientes que passaram por situações de atropelamento, acidentes de carro, afogamento, perfuração por projetil de arma de fogo, entre outros, e capacidade para receber cerca de 5 mil pacientes por mês. “O tempo e a proficiência no atendimento a esse tipo de ocorrência são fundamentais para a manutenção da vida e para termos bons resultados”, lembra o coordenador médico do setor, Antonino Eduardo. Todos os profissionais que atuarão no serviço são certificados em Suporte Avançado de Vida no Trauma, pelo Colégio Americano de Cirurgiões, ou em Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, pela American Heart Association.

Tecnologia de ponta para procedimentos cirúrgicos

O novo Centro Cirúrgico terá seis salas, cada uma delas com estativas, telas de touch screen e focos de LED, permitindo, por exemplo, a ampliação da Hemodinâmica e a realização de novos serviços de alta complexidade, como o cateterismo cardíaco. Para complementar este atendimento, um angiógrafo de última geração estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. De acordo com Dibo, a modernização do setor vai possibilitar que sejam realizados o dobro de procedimentos cirúrgicos após a inauguração. Atualmente, a unidade faz cerca de 300 cirurgias por mês. As mais frequentes são bariátrica, vascular, ortopédica, neurológica e gastrointestinal.

O setor vai contar, ainda, com uma unidade de recuperação pós-anestésica com sete leitos, um Centro Integrado de Controle, onde será possível gravar todas as cirurgias, transmiti-las em tempo real em videoconferências, visualizar exames na própria sala de cirurgia, entre outras possibilidades, e uma unidade pós-operatória com 11 leitos. Este espaço funcionará como uma UTI exclusiva para pacientes que passaram por cirurgias.

Um novíssimo Centro de Imagem com ressonância magnética e tomógrafo com 80 canais - um dos mais modernos do estado – dará o suporte necessário aos outros setores que demandam por esses tipos de exame.

Hotelaria de luxo

A ideia de adaptar a prática já comum em hotéis de oferecer serviços e atendimento diferenciados para o ambiente hospitalar foi prioridade na concepção do projeto do novo hospital. A implantação do conceito ajuda a atenuar as preocupações relacionadas à internação, tornando a estadia no hospital mais agradável e menos traumatizante e auxiliando a registrar na memória uma referência positiva em momentos de necessidade. Além disso, pesquisas já apontaram que manter uma área de hotelaria dentro de unidades de saúde ajuda a otimizar o serviço assistencial, liberando o setor de enfermagem da realização de tarefas não assistenciais. “Vamos oferecer o que há de melhor e mais atual na Medicina, mas também priorizar o atendimento personalizado, em um ambiente altamente humanizado, a quem vai usufruir dos serviços do hospital. Sabemos que a necessidade de tratamento médico é sempre um período difícil na vida de pacientes e familiares e, por isso, queremos que essa experiência seja o mais positiva possível”, explica a diretora Administrativa do Grupo Badim, Virgínia Marques.

Cada detalhe foi pensado para proporcionar conforto e aconchego aos pacientes. Serão 46 quartos equipados com TVs de LCD e camas eletrônicas, quatro suítes máster com 63 m² cada, antessala e banheiro para acompanhantes, 11 leitos de CTI, cada um com iluminação natural, e duas enfermarias, com três leitos cada. “Queremos que nossos pacientes e seus acompanhantes consigam desconectar um pouco do ambiente hospitalar convencional. Por isso, todo o projeto do hospital foi pensado para oferecer o melhor que existe nesse segmento”, sublinha Virgínia.

Retrato do Brasil

De acordo com o Cadastro Nacional do Ministério da Saúde são 494.240 leitos no Brasil, sendo 332.177 exclusivamente SUS. Desse total, 43.970 leitos de UTI, sendo 21.471 SUS. Em termos percentuais, Rio de Janeiro e Sergipe foram os estados onde mais leitos foram fechados. A redução atingiu, principalmente, as especialidades de Psiquiatria, Pediatria, Obstetrícia e Cirurgia Geral.