RELEASES EMPRESARIAIS

SEGUNDA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2018 - Horário 10:43

Venda de imóveis fracionados chega ao mercado corporativo e democratiza a compra de sede própria e luxuosa mesmo para pequenos negócios
Mercado Financeiro /

Um novo modelo de negócios inovador chega ao mercado imobiliário com ares de impacto positivo tanto para os investidores quanto para profissionais liberais, pequenas e médias empresas. E promete vir para ficar, se firmando como grande tendência do setor em 2019. Trata-se de um misto de coworking e regime de multipropriedade, com fracionamento do bem adquirido para uma utilização mais inteligente e sustentável.

As propriedades fracionadas já existem nos Estados Unidos e na Europa há mais de 20 anos. Agora, começam a ganhar força no Brasil. Um estudo divulgado no ano passado pela Caio Calfat Real Estate Consulting, consultoria especializada no setor imobiliário e hoteleiro, comprova o interesse pela multipropriedade. A pesquisa apontou que só em 2016, em plena crise econômica, o sistema fracionado somou 11 bilhões em lançamentos. Um crescimento quase cinco vezes maior do que o registrado no último levantamento, realizado em 2015 (R$ 2,3 bilhões).

Em João Pessoa, na Paraíba, foi desenvolvido um modelo multipropriedade inovador, voltado exclusivamente para o mercado corporativo, onde o público-alvo são as pequenas e médias empresas, além de profissionais liberais autônomos. Até então, este modelo é inédito, em nível global, pois as ofertas existentes nos mercados nacional e internacional se limitam, basicamente, às segundas residências, hotelaria e bens de luxo.

E como funciona esse novo sistema de investimento imobiliário? O cliente compra uma fração de um escritório compartilhado, também conhecido como coworking ou espaço colaborativo, o que lhe dá direito a uma escritura pública do imóvel correspondente à sua cota, incluindo uma estação de trabalho fixa, armário privativo e acesso às salas de reuniões e de atendimentos privativos, auditórios, copa, café bar, domicílio fiscal e postal, além de contar com toda infraestrutura de equipamentos como impressoras, scanner, internet de alta velocidade e, claro, secretariado e serviço de limpeza. Tudo em um ambiente luxuoso e muito atrativo para os futuros clientes do proprietário.

Ao contrário do modelo tradicional de multipropriedade, em que comprador só tem direito a usar apenas por um tempo pré-fixado (dias, semanas ou mês), no modelo desenvolvido, ele tem direito a usar o bem todos os dias do ano, 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou seja, em tempo integral ou de acordo com sua necessidade. "O negócio é atrativo pois, por cerca de R$ 50.000,00, o comprador terá direito a usufruir do espaço de trabalho e atender clientes todos os dias, em um escritório luxuoso, situado no bairro nobre da capital, cujo m2 custa bem mais", afirma Victor Caetano de Oliveira, corretor de imóveis em João Pessoa e um dos idealizadores desta modalidade.

Segundo o advogado Gustavo Rabay, advogado especializado em Direito Empresarial e Imobiliário, é importante ressaltar que o imóvel comercial vendido em sistema de multipropriedade é igual a qualquer outro imóvel, possuindo escritura e registro público em cartório de imóveis e as mesmas vantagens que a aquisição de um bem tradicional. “A fração torna-se um bem transmissível a herdeiros e negociável: o proprietário pode repassá-la ou revendê-la a terceiros quando quiser”, afirma o advogado.

Com características únicas de um coworking de luxo, com a conveniência de ser um bem próprio do empresário, esse modelo inovador vem agradando os pioneiros na sua adoção: “Tenho todo o conforto de um escritório moderno, mas com serviço de hotel cinco-estrelas e, além da comodidade, fico tranquilo por saber que meu dinheiro não está parado num único bem, o que me deixa tempo suficiente para focar apenas no meu negócio”, conta Leo Maia, cotista do empreendimento.

O modelo também é interessante para um investidor que possui capital disponível, que pode avaliar a possibilidade de adquirir várias frações do projeto e ampliar sua rentabilidade com a locação dos seus espaços adquiridos para vários inquilinos diferentes. Segundo Victor Caetano, isso torna a operação menos suscetível às variáveis da economia, fazendo com que muitos locadores percam a sua fonte de renda com uma eventual rescisão do locatário por motivos econômicos.



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