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QUARTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2018 - Horário 17:45

No Brasil, 30% dos profissionais sofrem da Síndrome de Burnout. E ela pode ser evitada
Ciência & Saúde /

Quando as tarefas do dia a dia passam a ser um peso, a ansiedade une-se à angústia, o rendimento cai e a preocupação chega a estágios excessivos, cuidado: a Síndrome de Burnout pode estar cercando você. Doença caracterizada pelo esgotamento físico e mental, sensação de exaustão completa, inferioridade, angústia e isolamento, esta síndrome que decorre do estresse crônico no ambiente de trabalho, acomete hoje parte significativa da força de trabalho brasileira.

De acordo com a pesquisa do Internacional Stress Management Association (Isma), o Brasil ocupa o 2º lugar em nível de estresse. Com 70% da população sendo afetada, o País fica atrás somente do Japão.

Deste montante, quase a metade (30% da população) sofre com a Síndrome de Burnout. Em outra estimativa, agora da Associação Internacional de Gestão de Estresse, 32% dos profissionais sofrem com esgotamento no ambiente de trabalho.

Na opinião de Daniel Lustig, head da consultoria Mind Factory, a síndrome de Burnout equivale a uma “pane de sistema”. “É um pedido de socorro feito pelo corpo. A boa notícia é que, apesar de grave, os sintomas são passageiros, se forem tratados. Quando você sai da situação aguda de estresse, eles desaparecem”, afirma.

Para que isso ocorra, lembra Lustig, há uma série de fatores que devem ser levados em conta: “Não é o caso, por exemplo, de tirar alguns dias de folga e voltar ao mesmo ritmo alucinante de antes. É preciso desacelerar e ter em mente o limite do corpo”.

A recomendação para a retomada é fazer intervalos durante a jornada de trabalho. “Ouvir música ou sair para tomar um café e dar uma volta, por exemplo, podem ser alternativas. A ideia é usar a pausa para recarregar as energias e voltar com mais ânimo e concentração.”

Apesar de comum, existe uma dificuldade no diagnóstico do Burnout, já que a síndrome guarda muitas semelhanças com a depressão.

Há três características básicas que marcam quem passa pela doença: exaustão com dores musculares e de cabeça, distanciamento afetivo e baixo grau de satisfação pessoal.

Os sintomas, contudo, variam de pessoa para pessoa, podendo ser comportamentais, psicológicos ou emocionais, alega Lustig. Irritabilidade, distração, ansiedade, falta de motivação, impaciência, queda de cabelo, distúrbio do sono são também alguns dos sinais.

Em alguns casos, o problema pode resultar ainda em desmaios ou crises de choro.

Dentre as ferramentas de prevenção, o coach explica que é importante saber equilibrar as horas de trabalho e as tarefas diárias: “É necessário organizar-se para não passar do ponto, além de buscar uma vida social que seja baseada no lazer, exercícios físicos e qualquer outra atividade que não esteja ligada a trabalho”, ensina.

O head da Mind Factory ressalta, ademais, que o ideal é repensar o próprio trabalho de tempos em tempos: “Há uma linha tênue entre saber se o problema é trabalho, as funções que o profissional exerce ou se o problema é a empresa. É entender a posição que o profissional exerce para, depois, pensar em uma eventual mudança de carreira”.  

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