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QUINTA-FEIRA, 17 DE JANEIRO DE 2019 - Horário 11:32

Cirurgião do quadril explica lesão que levou tenista britânico a anunciar aposentadoria
Ciência & Saúde / O tenista britânicos Andy Murray, um dos melhores atletas do esporte segundo a Associação de Tenistas Profissionais (ATP), com 45 títulos, entre eles duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, surpreendeu o mundo na última semana ao anunciar sua aposentadoria aos 31 anos.

O anúncio foi dado durante coletiva com a imprensa, no media day do primeiro Grand Slam do ano, o Australian Open. Murray disse que as dores frequentes e intensas no quadril, que o incomodam há 20 meses, são o motivo para a aposentadoria precoce.

"Estou lutando há muito tempo. Não tenho certeza se posso suportar a dor por mais quatro ou cinco meses", disse. "Praticamente fiz tudo o que pude para tentar melhorar meu quadril e isso não ajudou muito. Acho que há uma chance de que o Australian Open seja meu último torneio", finalizou Murray.

Histórico - Murray possui uma lesão no quadril direito que foi acompanhada, desde 2007, com tratamento conservador, focado em fortalecimento muscular e medicações. O problema, no entanto, foi se agravando com o passar do tempo e o atleta foi submetido a uma artroscopia do quadril no último ano.

Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia do quadril, Dr. Thiago Fuchs, Murray sofre do mesmo problema que acometeu o ex-tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o Guga, há alguns anos, e que também o levou para fora das quadras: o desgaste na cartilagem do quadril causado pelo impacto femoroacetabular (IFA).

"Sabe-se que ele tinha impacto femoroacetabular - uma deformidade anatômica em que ocorre um contato anormal dos ossos do quadril, principalmente nos movimentos de flexão e rotação. Esse contato anormal acaba gerando uma lesão de labrum e na cartilagem articular", explica Fuchs.

Ainda segundo Thiago Fuchs, a artroscopia do quadril do tenista britânico não teve o resultado esperado devido ao desgaste avançado na cartilagem articular, comum em atletas de alto rendimento, e a demora em realizar o procedimento cirúrgico.

" O resultado positivo da cirurgia preservadora está relacionada com a condição da cartilagem articular, que possui capacidade de regeneração praticamente nulo. A cartilagem articular não tem vascularização e se não recebe sangue, ela não consegue se regenerar adequadamente", explica. "Pacientes com lesão de labrum ou impacto femoroacetabular com cartilagem boa e preservada têm excelentes resultados com o tratamento cirúrgico", garante o especialista, frisando que o sucesso da cirurgia está relacionado também com o diagnóstico e tratamento adequado precocemente.


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