RELEASES EMPRESARIAIS

QUINTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2019 - Horário 18:37

Novas regras para emissão de enxofre por navios entra em vigor em janeiro de 2020
Negócio / O transporte marítimo tem um grande desafio nos próximos anos, as novas regras sobre emissões gases dos navios que entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2020. Estabelecida pela Organização Marítima Internacional (IMO), a medida visa essencialmente reduzir as emissões de SO2 (dióxido de enxofre) no meio ambiente e deve ser adotada em caráter obrigatório e igual para os navios de todos os países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU). O acordo ratificado estabelece que o limite deve passar dos atuais 3,5% para 0,5%, a partir de 2020. Com isso, a participação das emissões dos navios na poluição do ar em todo o mundo deverá cair de 5% para 1,5%.

Aproximadamente 90% do comércio mundial é feito pelo mar e o combustível rico em enxofre alimenta a frota mercante de cerca de 95.000 embarcações, incluindo navios porta-contêineres. O novo regulamento foi introduzido para proteger o ambiente e a saúde humana, mas são os envolvidos no transporte marítimo, como proprietários de navio, integradoras logísticas, importadores e exportadores que irão sentir os maiores impactos dessas mudanças, que principalmente serão o aumento de custos e possíveis interrupções na cadeia de fornecimento.

Diante das novas exigências, os proprietários e operadores de navios têm três opções principais para legalizarem suas atividades. A primeira delas e mais simples de cumprir, é usar combustíveis com baixo teor de enxofre, porém esses são mais caros e ainda não é certo se este tipo de combustível estará disponível na escala que será necessário. Esse aumento de custo, provavelmente, será repassado para os consumidores finais. Na segunda opção, é indicada a utilização de " purificadores ", sistemas que limpam os gases de exaustão antes de serem lançados na atmosfera, o que permite que os navios possam continuar a usar combustível com alto teor de enxofre e ainda cumprir o limite de 0,5%. Nessa alternativa, o entrave é adequar todas as frotas, um prazo previsto de 100 anos, além do alto investimento.

A última alternativa para o cumprimento das normas é o uso de fontes alternativas de combustível que tenham menos emissões de óxido de enxofre como o gás limpo GNL, que leva a emissões insignificantes de enxofre quando inflamado, e metanol, que é usado em alguns serviços de curta distância marítima. No entanto, a rede de abastecimento desses combustíveis é subdesenvolvida e não se torna viável para os proprietários e operadores de navios.

Em comum, as alternativas para redução da emissão de enxofre têm custos maiores para as empresas e os transportadores parecem determinados a repassar esses custos para proprietários de carga e fornecedores de logística terceirizados. Além desses custos, a inadequação dos navios pode ocasionar multas ou falta de autorização para navegação. Também podem ocorrer problemas devido às interrupções para adaptação ou por atrasos no fornecimento de tipos de combustível mais ecológicos.

Alguns países já introduziram o novo limite de enxofre. A China implementou um limite de 0,5% de enxofre em todo o seu litoral desde o início desse ano e a partir de janeiro de 2020, o limite de enxofre será ainda mais restrito chegando a 0,1%, o mesmo que na Europa. "Apesar das dificuldades de adequação a essa nova realidade, as empresas e países precisam se inspirar nos modelos adotados pelas nações que já tem essas restrições, encontrando a solução mais viável para os transportadores e consumidores, evitando a oneração financeira e a obstrução das vias marítimas". Afirma a Asia Shipping , maior integradora logística da América Latina.

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