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TERÇA-FEIRA, 8 DE OUTUBRO DE 2019 - Horário 10:59

Vinil volta às prateleiras mundo afora e aquece mercado fonográfico
Arte e Entretenimento /

Quase que extinto no final da década de 90, com a chegada dos CDs e do MP3, o bom e velho vinil vem ganhando a cada ano mais adeptos. E se engana quem pensa que somente os saudosistas são os responsáveis por isso, muitos jovens que nasceram na era dos meios digitais já cultuam o chamado ‘bolachão’.
 
Esse movimento explica o fato das vendas de discos de vinil terem registrado aumento de 22,3%, quando a comercialização dos meios físicos em geral apresentou declínio de 5,4%. Esse crescimento garantiu ao vinil abocanhar 3,7% do total do mercado de música gravada.
 
Atualmente existem apenas 95 fábricas de vinil no mundo, distribuídas em 30 países, segundo levantamento do site Vinyl Pressing Plants.
 
O crescimento de fato é uma boa notícia, mas enquanto o mercado não atinge números ainda mais pujantes, uma frente que não para de crescer é a de curadoria de vinis.
 
O administrador de empresas, Leonardo Carvalho Martins, 39 anos, é um dos curadores mais requisitados do Brasil e possui um estoque próprio com mais de 3 mil discos.
 
“Sempre colecionei discos e hoje isso é um negócio para nós”, diz. Martins se refere a “nós” porque tem como incentivadora e pesquisadora, Raphaela Falconi, 38 anos, sua esposa e sócia.
 
Juntos, o casal iniciou em 2013 uma coleção de vinil, que em 2015 resultou na abertura da empresa Classic Rock Brazil Store. “No início nos dedicamos a estudar o mercado, conhecer o perfil dos colecionadores, como e onde encontrar os discos, aprender a comprar”, conta Raphaela.
 
As vendas acontecem online, em grande parte para uma carteira de clientes já existente. “Hoje adquirimos os discos nos Estados Unidos e criamos um sistema para a logística para realizar a entrega aos nossos clientes”, revela Leonardo.
 
Da venda à curadoria foi um pequeno passo, o site que funcionava como uma loja online se tornou um site de conteúdo e as vendas passaram a acontecer por diferentes meios, como market places, Facebook e até mesmo WhatsApp.
 
“É um setor muito organizado, usamos tabelas que ditam os preços do mercado, como Discogs e Goldmind. O cliente diz em que tipo de disco deseja investir e como curadores indicamos e buscamos para ele o que há de unidade em qualquer parte do mundo.”, explica Martins.
 
Sobre faturamento, Leonardo conta que chega a vender discos por até R$400 por unidade. “Tem boxes especiais que chega a custar R$1.500”.
 
O próximo passo do casal é a abertura do que eles chamam de Record Store, nos Estados Unidos. “Esse é nosso próximo desafio. Nos Estados Unidos, o vinil nunca deixou de ser uma opção para o consumidor, por esta razão sentimos a necessidade de expandir nosso negócio para este país, com a criação de um local para expor nosso inventário, receber os colecionadores. Será mais uma frente de nosso trabalho como curadores”, finaliza Leonardo.



Website: http://www.classicrockbrazilstore.com.br
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