RELEASES EMPRESARIAIS

SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2020 - Horário 14:32

Como as operadoras podem ajudar a sociedade com o repentino alto volume de banda causado pelo covid-19?
Tecnologia /

A pandemia pelo Covid-19 é uma crise sem precedentes com a qual o mundo terá que aprender a lidar de agora em diante. Governos, empresas e pessoas estão tendo que se adaptar e reagir às diárias incertezas do que essa contaminação traz. Na área de Telecom, o principal evento global da Indústria, o MWC, foi cancelado e todas as demais feiras e congressos regionais também estão sendo postergados ou cancelados.

Para as empresas do setor de Telecom, o covid-19 já trouxe alguns desafios como as interrupções das fábricas e das cadeias de fornecimento de peças e equipamentos de conectividade vindos da China para abastecer o mercado mundial de celulares e de máquinas em geral que promovem a comunicação (aparelhos de redes de telecom). Por outro lado, haverá uma maior demanda por entretenimento em casa (streaming, vídeo etc.) e por transmissão de dados para comunicação multimídia cada vez mais remota e isolada. Isso graças à paralisação de escolas, empresas e qualquer atividade econômica que promova o agrupamento de pessoas.

Isso sobrecarregará as redes. As crianças tentarão jogar ou transmitir o Netflix enquanto seus pais, tendo sido aconselhados a trabalhar em casa, estão tentando acessar uma reunião virtual. Mas não são apenas os serviços de entretenimento digital e o trabalho doméstico que afetam as redes. A mudança para canais digitais terá um impacto, por exemplo, os médicos estão aconselhando as pessoas a fazer consultas por vídeo. Agora, como lidar com a tensão nas pequenas cidades do interior que têm um grande número de pessoas tentando acessar uma infinidade de conteúdos e serviços digitais, tudo ao mesmo tempo. Está sendo e continuará a ser por um período indeterminado, um imenso desafio lidar com esse imediato e abrupto aumento de consumo de banda para operadoras e prestadores de serviços de Telco e Comunicação.

Quais medidas as operadoras estão adotando para lidar com esse fenômeno repentino? Primeiro, elas precisam permitir que seus clientes tenham priorização de capacidade ou dispositivos. Não é viável ter um cliente lutando para fazer seu trabalho ou acessar um serviço médico on-line enquanto seus filhos assistem à Paw Patrol pela centésima vez. Além disso, como as organizações podem fazer mais para garantir que seus funcionários tenham melhor acesso à banda larga de alta velocidade em casa? Muitas organizações estão buscando fazer acordos com as operadoras para que suas equipes tenham acesso a serviços móveis. Por que não estender isso para casa?

Com total restrição de viagens, como as operadoras podem ajudar as empresas com suas necessidades de comunicação e teleconferência digital em seus escritórios? Como as operadoras podem trabalhar com escolas e pais para que os professores possam continuar ensinando remotamente?

A principal resposta às operadoras é a priorização de tráfego. As operadoras precisarão aplicar políticas diferentes com base no tráfego, permitindo a priorização de diferentes tipos de tráfego de distintas fontes. Por exemplo, os socorristas e a comunidade médica/hospitalar e órgãos de informação precisam ter acesso à rede e à largura de banda necessários para manter os canais de comunicação o mais nítidos nesse momento. As operadoras em seus países de atuação devem desenhar seus planos de continuidade de negócios com base nas estratégias de prioridade, alinhadas aos governos locais e aos órgãos locais e mundiais de saúde (OMS, Centers for Disease Control and Prevention (CDC), World Health Organization (WHO) etc.

As operadoras que já estavam promovendo a Transformação Digital e construindo sua infraestrutura preparada para a tecnologia 5G e para o alto volume de banda demandado pelo 5G, IoT e outras tecnologias, levam grande vantagem nessa hora. Nesse sentido, fica aqui a mensagem: é preciso estar preparado para eventos não-programados, incidentes e desastres naturais. Porque hoje é o covid-19 e amanhã o que será?

*Por Antônio Júnior, vice-presidente de Vendas e Marketing da Openet no Brasil.

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