Negócios / A ceratectomia fotorrefrativa (PRK) foi a primeira técnica de cirurgia refrativa a laser desenvolvida para tratar erros de refração, como miopia, astigmatismo e hipermetropia. Com aplicação sobre a superfície da córnea, o método segue sendo adotado por cirurgiões em situações clínicas selecionadas.
Criado em 1983, o procedimento remodela a superfície da córnea com o uso de laser, permitindo maior nitidez visual, o que reduz ou elimina a necessidade de óculos ou lentes de contato, conforme publicação da American Academy of Ophthalmology.
Mesmo com o avanço de outras técnicas, como LASIK e SMILE, a PRK segue sendo considerada uma escolha segura e eficaz para determinados perfis de pacientes. A oftalmologista Dra. Marina Costa Carvalho de Sousa, do Vilar Hospital de Olhos da rede Vision One, explica também como funciona a técnica e em quais casos ela costuma ser a escolha mais adequada.
Diferentemente do LASIK, que cria um “flap” — uma pequena lâmina circular levantada temporariamente para aplicação do laser —, e do SMILE, que remove um disco interno de tecido por microincisão, a PRK atua diretamente na superfície corneana. Segundo a Dra. Marina, a técnica é preferida em casos de:
- Córneas mais finas, nas quais o LASIK não é recomendado;
- Pacientes com risco de trauma ocular, como atletas, devido à maior estabilidade biomecânica;
- Superfícies corneanas irregulares, como as com cicatrizes ou distrofias.
Recuperação mais lenta, porém eficaz
A cirurgiã explica que o procedimento é rápido — entre cinco e dez minutos por olho — e indolor, graças à aplicação de colírios anestésicos. A recuperação, porém, é mais lenta que em outras técnicas: nos primeiros dias, a visão fica embaçada, mas em até duas semanas os pacientes já têm visão funcional. A estabilização visual completa pode levar de um a três meses, variando conforme o grau e a idade do paciente.
Cuidados pós-operatórios
“Nos primeiros dias após a PRK, é fundamental adotar alguns cuidados para garantir uma boa cicatrização”, afirma Dra. Marina.
Ela dá destaque para:
- Seguir corretamente o uso dos colírios prescritos pelo oftalmologista. Os colírios antibióticos, anti-inflamatórios e lubrificantes ajudam a prevenir infecção, controlar a inflamação e promover o conforto;
- Utilizar lente de contato terapêutica, colocada logo após a cirurgia para proteger a córnea e facilitar a cicatrização. Ela costuma ser retirada entre o quarto e o sétimo dia, conforme avaliação do médico;
- Usar óculos escuros com proteção UV desde o primeiro dia, mesmo em ambientes nublados, para reduzir a sensibilidade à luz e proteger contra a radiação ultravioleta, que pode interferir na recuperação da córnea;
- Evitar contato com água, como piscinas, mar e banheiras, pois há risco aumentado de infecção;
- Aguardar liberação médica para retornar ao trabalho, conforme o tipo de atividade exercida. Para quem trabalha em escritório ou home office, o retorno costuma ser possível após cinco a sete dias, quando a visão já está mais funcional. Já para quem atua em ambientes com poeira, sol forte, risco de contaminação ou exigência visual intensa, pode ser necessário um período maior de afastamento;
- Retomar exercícios físicos após a primeira semana, se o médico autorizar. No entanto, atividades em ambientes com areia, esportes de contato ou exercícios aquáticos devem ser evitados por duas a quatro semanas. Esse tempo também pode variar conforme a orientação do cirurgião.
Uso de óculos após a cirurgia
A Dra. Marina explica que, com a PRK, a maioria das pessoas fica totalmente independente dos óculos para suas atividades do dia a dia. Em alguns casos, pode haver necessidade de uso eventual em situações específicas, como à noite, durante a direção, para melhorar a nitidez e o conforto visual.
Além disso, ela complementa detalhando que após os 40 anos, é natural que surja a presbiopia, que é a dificuldade de enxergar de perto e, nesses casos, o uso de óculos para leitura pode voltar a ser necessário.
Escolhas bem-informadas fazem diferença nos resultados
No Brasil, centros especializados — entre eles, hospitais que integram redes como a Vision One — têm mantido a PRK em seu portfólio por se tratar de uma técnica com indicações específicas. Nessas instituições, o procedimento é realizado com base em protocolos clínicos e após avaliação individualizada. A escolha consciente do local é uma etapa tão relevante quanto a própria técnica, especialmente quando se busca segurança, estabilidade e acompanhamento adequado ao longo da recuperação.

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