Negócios / A chegada do inverno coincide com o aumento da procura por cirurgias plásticas em diversas regiões do Brasil. De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), nessa época do ano, o número de cirurgias pode crescer até 50%. O estudo também revela que a recuperação completa até a chegada do verão, época de férias e temperatura mais baixa, são os principais fatores para a realização desses procedimentos.
A alta no período de baixas temperaturas é observada pelo cirurgião plástico Lucas Dantas, coordenador da Cirurgia Plástica dos hospitais da Rede Total Care no Rio de Janeiro, que reúne Pasteur, Pan-Americano, Hospital de Clínicas de Jacarepaguá e Hospital de Clínicas Mário Lioni. De acordo com o médico, entre os procedimentos mais solicitados estão as cirurgias de contorno corporal, como lipoaspiração de baixa e média definição, abdominoplastia e mamoplastias — com ou sem implantes.
“O clima mais ameno melhora o conforto no pós-operatório, principalmente pelo uso prolongado de cintas compressivas, que são fundamentais para uma boa recuperação, mas costumam ser desconfortáveis no calor”, explica. O cirurgião lembra que o clima frio também contribui para a redução do inchaço e diminui as chances de retenção de líquidos, o que influencia diretamente na escolha dos pacientes.
Clima, cicatrização e calendário: uma relação direta
A lógica do calendário também pesa na decisão: operar no inverno costuma significar estar recuperado até o verão, quando as pessoas querem aproveitar os resultados com maior liberdade, especialmente no uso de roupas leves e atividades ao ar livre. “É uma escolha estratégica. Pacientes que operam entre junho e agosto conseguem passar pelas fases iniciais de convalescença longe da exposição solar e, muitas vezes, já se sentem à vontade para retomar a rotina e curtir o verão com mais segurança e autoestima”, diz Dantas.
O especialista acrescenta que a menor incidência de sol nesta época do ano ajuda no processo de cicatrização. “Menos exposição solar reduz os riscos de hiperpigmentações e colorações irregulares na cicatriz. Além disso, no frio, a gente tende a suar menos, o que diminui também o risco de infecção em algumas áreas operadas”, destaca.
Segurança em primeiro lugar
Apesar da alta na procura, o Dr. Lucas reforça que a cirurgia plástica é um procedimento médico e deve ser tratada com responsabilidade. “É fundamental que seja realizada em ambiente hospitalar, com centro cirúrgico completo, leito de CTI disponível e equipe multidisciplinar qualificada. Locais improvisados ou fora dessas condições colocam vidas em risco”, alerta.
Além do cuidado na escolha do local e do profissional, o especialista ressalta a importância do pré-operatório adequado e de um pós-operatório disciplinado. “A recuperação é uma etapa crucial para o sucesso da cirurgia. Usar as cintas corretamente, comparecer aos retornos e seguir as orientações médicas fazem toda a diferença no resultado final”, orienta.
Por fim, o Dr. Lucas chama atenção para o risco de escolhas motivadas apenas por questões estéticas ou pelo calendário. “É essencial que o desejo pela cirurgia venha acompanhado de uma motivação real e consciente. A decisão deve ser feita com orientação médica e planejamento, independentemente da estação”, conclui.

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