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QUINTA-FEIRA, 27 DE JULHO DE 2017 - Horário 19:22

Diamond Mountain realiza estudo inédito sobre saúde pública
Economia / Com a crise econômica em 2016, mais de 1 milhão de pessoas deixaram de ter plano de saúde, o que representou uma queda de 2,8%. Além disso, a inflação médico-hospitalar, que no ano passado atingiu seu maior patamar da série histórica, deverá se manter entre 18% e 20% neste ano. A melhoria na saúde pública e privada como um todo reflete no aumento de produtividade, acelerando o desenvolvimento do país. A população brasileira está envelhecendo e o número de idosos deve superar o de jovens, a partir de 2030. Isto implicará em mudanças no perfil de doenças e nos aproximaremos do perfil dos países desenvolvidos. No Brasil, as causas de mortes por doenças não transmissíveis (cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias e do aparelho digestivo) já lideram o ranking com 74%. Os óbitos por doenças transmissíveis representam outros 14% e estão mais associadas a população de baixa renda. A violência e os acidentes de trânsito são as causas externas, que representam 12%. Hoje, o número de beneficiários com planos de saúde é de 47,8 milhões, sendo que, aproximadamente 159,7 milhões de pessoas são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "O envelhecimento da população implicará em necessidade de expansão dos serviços de saúde tanto privado como público", alerta Vicente Koki, Analista-chefe da Diamond Mountain.

Um estudo inédito realizado pela equipe de economistas da Diamond Mountain Investimentos, gestora de private equity, que investe em empresas com alta expectativa de retorno, mostrou que possível notar que o sistema de saúde avançou nos últimos anos, porém, ainda há muito a ser feito. "Estimamos que serão necessários investimentos de R$ 10,1 bilhões/ano pelos próximos 10 anos, para que o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça o tratamento adequado para a população. Este valor representa apenas os gastos com investimentos, desconsiderando o custo fixo com procedimentos médicos, material cirúrgico, remédios e demais implementos", explica Vicente Koki. São necessários aportes em construção, ampliação e reformas de unidades de saúde já existentes, além da compra de equipamentos médico-hospitalares. "O setor de saúde oferece grandes oportunidades para os próximos anos, portanto, está no nosso radar", diz Marcos Costa, CEO da Diamond Mountain Investimentos.

Também destaca-se no estudo os investimentos em TI (tecnologia da informação), para que seja possível tornar os hospitais mais eficientes, tais como prontuário eletrônico. "Hoje, em um hospital particular, tudo é feito por um sistema, o que faz com que o atendimento seja mais rápido. Porém, na maioria dos hospitais públicos o controle via papel ainda é utilizado, o que dificulta a agilidade, segurança de dados e principalmente, a eficiência", explica o analista-chefe da Diamond Mountain Investimentos. Além disso, embora não contemplado no estudo, o custo dos procedimentos supera muito o valor que o SUS paga para os hospitais, o que fragiliza as finanças e engessa os investimentos. "Entendemos que esta situação acaba refletindo negativamente sobre a qualidade dos serviços e atendimentos médicos hospitalares", diz Vicente Koki.

O estudo feito pela Diamond Mountain indica que os hospitais privados investirão R$ 3 bilhões/ano, pelos próximos 10 anos, a fim de atender o crescimento da demanda com o envelhecimento da população. Destaca-se que investimentos para atender a oncologia, requer elevados custos tanto em infraestrutura como em pessoal. "Existem 4.732 hospitais privados espalhados pelo país, conforme o Cadastro Nacional do Estabelecimento de Saúde (CNES), de forma que será necessária uma consolidação prévia para o desenvolvimento do setor, uma vez que hospitais pequenos, com menos de 150 leitos, não apresentam economia de escala suficiente para apresentar lucro e sustentabilidade a longo prazo", explica Vicente.

Nos grandes hospitais privados, o retorno é elevado, de forma que os investimentos serão financiados através de caixa próprio, investidores estrangeiros e locais, além do mercado de capitais. "Neste movimento, acreditamos que haverá uma consolidação, sendo que hospitais pequenos deverão ser adquiridos por hospitais maiores, com o objetivo de diluição de custos", ressalta o Analista-chefe. Os hospitais com menos de 150 leitos normalmente apuram déficit operacional, ou seja, o prejuízo. "Entendemos que há necessidade de elevados investimentos tanto dos governos, como do setor privado, para fazer frente ao envelhecimento da população no Brasil, que aumentará a demanda por serviços médicos nos próximos anos. Ao mesmo tempo, surgirão muitas oportunidades de negócios em todas as indústrias que se relacionam com o setor de saúde e não apenas nos hospitais e empresas de convênios de saúde. O setor deve passar por forte movimento de M&A (fusões e aquisições) nos hospitais privados, em função da mudança na legislação em 2015, que possibilitou a entrada de investidores estrangeiros no segmento de saúde", revela Vicente.
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