Ciência & Saúde / De acordo com pesquisa divulgada pelo INCA, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. A estimativa é de mais de 68 mil casos em 2018. Este é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
A boa notícia é que o agravamento da doença diminui com o diagnóstico precoce, embora a maioria dos homens ainda não tenha se conscientizado da importância do checkup anual. Outro obstáculo é que a doença na maioria dos casos, não apresenta sintomas, reforçando ainda mais a necessidade da prevenção regular, feita através de exames.
O urologista Mauricio Rubinstein, Membro da Sociedade Internacional de EndoUrologia, Professor Doutor em Medicina pela UERJ e presidente da Sobracil RJ - Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica, explica que no Brasil, o principal agravante é o problema socioeconômico, que dificulta o acesso da população à prevenção.
“ Os brasileiros estão mais conscientes, quanto a necessidade da consulta com o urologista, mas enfrentam um sistema de saúde deficitário com longas filas para marcações de consultas, que podem levar a um diagnóstico tardio”, alerta Mauricio.
Segundo o médico, a prevenção é essencial para um diagnóstico precoce e o maior aliado da doença é ainda a informação, que ajuda a esclarecer a periodicidade dos principais exames e os tratamentos indicados. O pico de incidência da doença se dá dos 65-70 anos, porém existe um aumento progressivo a partir dos 40 anos. Os exames mais recomendados são o PSA (antígeno prostático especifico) e o toque retal, que devem ser feitos após os 50 anos, além da indicação da Ressonância Magnética, que ajuda a detectar imagens do câncer em estado inicial.
No campo dos tratamentos mais indicados estão as cirurgias e a radioterapia, mas a vigilância ativa é também usada de 20% a 30% dos casos da doença no mundo, recomendada para um monitoramento da doença, através de exames regulares de PSA, biópsia da próstata e consultas.
Um dos grandes avanços em benefício do câncer de próstata, segundo o especialista é a cirurgia Robótica, atualmente o tipo mais comum para a doença nos Estados Unidos, com resultados positivos há mais de uma década. No Brasil o avanço vem acontecendo principalmente nos grandes centros urbanos, como um método cirúrgico de excelência, oferecendo muitas as vantagens, sendo a maior delas, a precisão. “ O Robô da Vinci - equipamento hi tech controlado por um cirurgião a partir de um console- atribui à cirurgia minimamente invasiva, menos dor, menos chances de sangramento e, portanto, menores chances de transfusão sanguínea, tempo de hospitalização reduzido, além de recuperação e retorno mais rápido às atividades, assim como, menos uso de analgésicos no pós-operatório”, explica.
Segundo informações do IX Congresso Internacional de Uro-Oncologia, o Brasil é o país da América latina com maior número de robôs cirúrgicos, contabilizados 40 robôs, sendo que 5 deles estão no SUS. O sistema robótico está concentrado em grande parte no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras cidades, como: Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Belém. Só em 2017 foram registradas mais de 6 mil cirurgias robóticas e estão previstas mais de 8 mil cirurgias até o final de 2018.
Perguntado sobre o futuro da robótica, o urologista prevê que a evolução da tecnologia possibilitará, que cirurgias possam ser realizadas à distância e até entre países diferentes, um grande avanço para a medicina.
Website: http://www.mauriciorubinstein.com.br