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SEGUNDA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2019 - Horário 16:48

Jovem de 18 anos cria Startup de Educação que visa ensinar Economia e Política nas escolas
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Historicamente, pouco mudou na sala de aula desde o início do século 20. Professores detentores absolutos do conhecimento, provas baseadas em memorização, salas de aula organizadas como linhas de produção, com o máximo número de alunos possível e mínimo envolvimento imaginável. Este ainda é o padrão que se encontra em grande parte das escolas de hoje e os resultados são claros: de acordo com o IBGE, são mais de 25 milhões de jovens que não concluíram a graduação e não frequentam a escola, e 7 de cada 10 alunos do ensino médio têm nível insuficiente em português e matemática, de acordo com o Saeb 2017. Para David, esse grande problema não é culpa dos alunos, mas sim do sistema educacional brasileiro.

“Sempre me incomodei muito com a forma que o ensino era estruturado. Professores falando por uma hora; alunos anotando, só para depois decorar para a prova e esquecer no dia seguinte”, diz. Porém, para David, não era apenas a estrutura das aulas que o incomodava, mas o conteúdo também. “Eu via que os alunos não estavam aprendendo de verdade. Era uma matéria que não nos interessava e que nunca usaríamos na vida, fora para o vestibular.”

Inconformados com a realidade brasileira, os estudantes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Bruno e David criaram o Ágora Educação. A empresa utiliza uma metodologia completamente diferente, focada no aprendizado ativo dos alunos, onde o conhecimento é construído em conjunto, e não apenas despejado pelo professor. O ensino é baseado em Problem-based learning (PBL), ou aprendizagem baseada em problemas, que estimula a proatividade e o aprimoramento pessoal por meio de discussões de casos interdisciplinares. A sala é dividida em grupos, e em várias das aulas são realizados debates ou jogos, ao invés de provas.

O Ágora Educação conta atualmente com 2 módulos: Educação Política e Educação Financeira, dois temas que Bruno e David consideraram os mais urgentes daqueles que não são ensinados nas escolas. “Muita gente anda discutindo sobre legalização, ministérios, direitos humanos e reformas, mas, na realidade, a maioria não sabe o que um deputado faz, o que um ministro faz, como passar uma lei e ninguém nunca ‘ensina’ isso de fato. A mesma coisa acontece com o dinheiro. Não aprendemos na escola e a maioria acaba tomando as piores decisões financeiras possíveis. Em 2018, por exemplo, o volume de dinheiro guardado na poupança chegou a quase R$ 725 bilhões”, diz Bruno.

O desafio é grande, mas o sonho dos empreendedores é levar o Ágora Educação para escolas de todo o Brasil e até mesmo a rede pública, futuramente. Essa revolução no setor educacional já está vindo há muito tempo, com o surgimento de novos empreendedores, como David e Bruno, e novas formas de aprender. A demanda dos alunos por esse tipo de conhecimento prático só aumenta e, talvez em um futuro mais próximo que pensamos, termos escolas mais atuais e alunos mais cidadãos, tomando decisões cada vez mais conscientes todos os dias.



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